segunda-feira, novembro 24, 2008

Cinza

Hoje eu estou cinza que nem o dia
Um cansaço me consome...
Físico, emocional, mental...
Já não tenho o mesmo vigor ...
Dos dias em que eu conseguia esconder as tristezas, as dúvidas...
Dos dias em que meu sorriso escondia um melancolia que só os olhos contavam e apenas os mais atentos percebiam.

O cansaço me consome..
O cansaço da solidão
O cansaço da acomodação
O cansaço do não...
e do sim

Minhas pernas não agüentam
Ir por caminhos que não pertencem
Andar e não chegar a lugar nenhum
Andar, não pelos caminhos que eu escolhi
Mas pelos caminhos que querem que eu ande...
Que querem que eu escolha.

Meus olhos teimam em fechar
nunca enxergaram com clareza
Mas no momento em que puderam ver...
que puderam enxergar...
Ficou tudo tão claro que quase fiquei cega...

Meus ombros carregam bolsas e bolsas...
de solidãod e responsabilidades
de dúvidas
de palavras não ditas
de sentimentos não externados...
de vida não vivida

Minhas mãos...
Ah! As minhas mãos...
Não construíram nada
Não acariciam nada
Não seguram nada
Não...
Nada...

Minha cabeça
Milhões de ventos...
Fugindo
Pensamentos...
diversos inversos
reversos...
Sem nexo

Minha voz?!
Engasgada.
Sem tom,
sem nota,
sem cor...
Quase sem voz...

Meu coração?!
Ah! O MEU coração
Em busca...
Em pausa...
Cansado...
Não amado...
E às vezes envergonhado.

Um cansaço me consome
O cansaço dos dias não vividos
Ou vividos pela metade...
O cansaço do tempo perdido...


Queria dormir...
Por dias, meses, anos...

Queria fugir...
Por dias, meses, anos...

Queria ser mais
Mais eu
Mas quem sou eu?!

quinta-feira, novembro 20, 2008

A amiga

Perdi para a amizade
Ela me dá tanto
Mas de vez em quando teima em me tirar algo.
Algo que até dói no coração.
Tira a oportunidade de dar tchau à solidão
Tira a oportunidade de compartilhar algo bem mais profundo com alguém.
Tira a oportunidade do frio na barriga.
Tira a oportunidade de se tentar um amor diferente.
Tira a oportunidade de um conhecer diferente.
De um ser diferente
De um ter diferente
De um viver diferente
De um compartilhar diferente

Não cansei de ser amiga.
Cansei de no fim sempre ser a amiga.
De sempre perder para a amizade
Pareço uma louca reclamando da amizade...
Mas mais louco ainda é essa sensação de perda.
E é sempre: ganho um amigo e perco um algo a mais...

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Trilha sonora:


Preciso Dizer Que Te Amo
(Composição: Dé/Bebel Gilberto/Cazuza)

Quando a gente conversa
Contando casos, besteiras
Tanta coisa em comum
Deixando escapar segredos
E eu não sei em que hora dizer
Me dá um medo, que medo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo
Tanto

E até o tempo passa arrastado
Só pra eu ficar do teu lado
Você me chora dores de outro amor
Se abre e acaba comigo
E nessa novela eu não quero
Ser teu amigo

É que eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
É, eu preciso dizer que eu te amo, tanto

Eu já nem sei se eu tô misturando
Eu perco o sono
Lembrando em cada riso teu
Qualquer bandeira
Fechando e abrindo a geladeira
A noite inteira

Eu preciso dizer que eu te amo
Te ganhar ou perder sem engano
Eu preciso dizer que eu te amo, tanto

segunda-feira, outubro 27, 2008

Do vazio á frustração....


Frustração por chegar quase lá...
Frustração por encher o coração de esperança e não dar em nada...
Frustração por querer tanto e dar com os burros n’água...
Frustração por ver a luz no fim do túnel... e ainda não ser lá...
Frustração por não saber se a decisão...
Frustração por não saber se foi pro merecimento ou por desespero...

Li isso pela net e achei ótimo... aplica-se ao caso:
“cada decisão tomada há uma compensação e uma frustração aí vai da sua maturidade voce prefirir uma compensação antes, e depois um longo período de frustração... ou uma frustração agora, e um longo período de compensação depois!
a vida é feita de escolhas, não chance”

Foi uma escolha... doeu... mas sei que escolhi certo... porém resta uma dúvida.
Será que tenho feito escolhas certas?!

E que escolhas tenho feito por mim?!

Frustração...
Por escolher
Por não escolher!

terça-feira, outubro 14, 2008

Vazio...

Tenho me percebido tomada por um sentimento estranho
Que está me sugando

É um primo do ciúme
Misturado com um querer sempre estar junto
E achar que ninguém quer estar

Ninguém
Estar...

E uma solidão vem de mãos dadas... batendo na porta...
Não posso deixar entrar
Insiste
E o sentimento do nada aparece para visitar
É quase uma festa... e mais desconvidados vão chegando...
Nem sei dizer seus nomes...

Aí tudo se confunde
Aí tudo se mistura
Aí tudo é um tudo
Exagerado
Sem noção

Não quero mais confusão
Quero sim intensidade
Sem os exageros que só nos fazem cair

E alguém não me entende
E me conhece no vazio
E conhece o meu vazio
Imenso e intenso de exageros

E quero paz...
E quero alguém que me traga paz...

domingo, julho 27, 2008

O menino...




É o menino
Aquele menino
Ele mesmo... o masculino de Beatriz...
Não ouço, não vejo, não sinto.... não sai...
Porque vejo, ouço, sinto... sonho... sonho...
Inspira.. .respira... expira... inspira...

Não sai...
Fica
Insiste
Não liga
Não lembra
Não sabe

Se quer?
Não sei!
Como saber
É sonho
Ilusão
Insensatez

Se é paixão?!
Acho que não...
E como saber
Confusão
Ilusão
Inspiração

O masculino da Beatriz
é aquele do palco,
Do foco de luz
Aquele do sétimo céu,
Que vive no apartamento com paredes de giz, num arranha céu
Que pode despencar quando o arcanjo passar o chapéu.

O menino mora no meu sonho.
E será para sempre o masculino da Beatriz!!!

Ah! Como eu queria entrar em sua vida.
Sair do palco...
Do foco
Pisar no chão
Deixar a ilusão
E viver a inspiração

~*~

Quero encerrar aqui... a ilusão tem que acabar... é angustiante ficar assim...
Mas vai ficar aqui, tatuado num cantinho do coração... porque motiva... e me sinto viva e inquieta.

quarta-feira, julho 09, 2008

Palavras...




Estas
Tantas
outras
Mais algumas
Todas
De uma vez
Uma por vez
Se misturando
Casando
Separando
Aglutinando
Regenciando
Verbalizando
Novas
Velhas
recém-formadas
Ditas
Não-ditas
Malditas
Benditas
Lindas
Pobres
Substantivas
e... adjetivas....


Inundando
Afogando

Palavras...
Todas
De uma vez só!!!!!

(APFA)

segunda-feira, julho 07, 2008

Sobre o medo...

Amadurecência
(Fernando Anitelli)
Senhoras e sem dores
Bem vindos ao teatro mágico
Parto
Parto...
A poesia prevalece!!!
O primeiro senso é a fuga.
Bom...
Na verdade é o medo.
Daí então a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude
uma alteridade disfarçada...
Inquilina de todos nossos riscos...
A juventude plena e sem planos... se esvai
O parto ocorre. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias
Flagelo-me
Exponho cicatrizes
E acordo os meus, com muito mais cuidado.
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia não passar,
“O ser vil que passou pra servir...
Pra discernir...”
Pra pontuar o tom.
Movimento, som
Toda terra que devo doar!
Todo voto que devo parir
Não dever ao devir
Não deixar escoar a dor!
Nunca deixar de ouvir...
com outros olhos!
~*~
Passei a semana passada escutando essa faixa. Essa e as outras deste álbum, o 2º Ato do Teatro Mágico. Ela me chamou a atenção porque é justamente como tenho me sentindo. Algo mudou. É intenso. Ouvi a letra, degustei. E para minha surpresa o nome da música Amadurecência. Amadurecer, essência, ciência...
Medo... algo dito durante o fim de semana. Pessoas se despojando e abrindo o jogo. Não, nem tudo foi dito, nem tudo foi proferido. Muita coisa ficou guardada. Muita coisa ficou escondida. Como sempre. Mas será que alguma coisa foi assimilada?!
Penso muito nesse medo que me toma de vez em quando. Esse temor da luz... como a frase “é nossa luz, não nossa escuridão, que nos amedronta...”.
E aí vem o sentimento de fuga. Fugir para me esconder. Dos outros e de mim mesma. Esconder quem eu sou, o que eu sou. Será que vão gostar?! Será que eu dou conta de assumir quem sou?! Mas quem sou?! Eu sou eu acrescida desta outra que vive em mim e está inquieta, louca pra sair. A outra sou eu, não uma segunda de mim, mas eu. A parte de mim que está escondida, medrosa. Que está guardada, adormecida. Mas que está acordando. Está sim inquieta. Está saindo do estado de torpor. Está se nutrindo de forças, energia e sabedoria para driblar obstáculos como acomodação, rotina e tantas outras coisas já estabelecidas e determinadas por sei lá quem.
Sei lá quem mesmo, porque não fui eu que estabeleci. Foi algo que me foi imposto e de uma forma tão sutil que descobri recentemente, depois de crescida (e não amadurecida).
Estou amadurecendo sim. E descobrindo mais e mais que não estou perdendo minha essência e sim descobrindo a parte dela que estava escondida. Preciso olhar mais para os lados. Ver mais as pessoas, ver mais pessoas. Conhecê-las, reconhecê-las.
Preciso tirar as vendas. Preciso ouvir mais, sentir mais, ver mais, viver mais.
Preciso sim me despojar de meus medos e de minha armadura. Termina de quebrar a redoma de vidro. E partir. Ver o mundo com outros olhos, na verdade com meus olhos.
Não sei mais onde comecei nem como, mas isso não importa, o que importa é que comecei e não quero parar. É quase uma ladeira. E eu não acho o freio. Não posso mais ter medo, principalmente não posso ter medo da dor. Não posso ter medo de me machucar. Porque vai doer, mas a dor só nos torna mais fortes. E é como encaro essas dores que me farão ou não permanecer doce. Sentir a dor sem endurecer. Sem esmorecer.
E que a poesia prevaleça
E que a cor prevaleça
E que o som prevaleça
E que a música prevaleça!
E que a vida prevaleça

domingo, julho 06, 2008

Porquês...


Porque não sai da cabeça...
Porque me inspira
Porque me faz suspirar
Porque me faz parar para pensar
Porque me faz me movimentar

Porque não sai da minha cabeça...
Porque não sei se amo ou se sou apaixonada
Ou se apenas exerce uma forte influência
Porque... não sei porque, mas queria saber.

Porque não sai da cabeça...
Porque está em meus sonhos

...

Porque está longe!
Porque não sai da cabeça
Porque não sai da cabeça...

Porque já não sai do coração!

sexta-feira, junho 20, 2008

Ser Criança

"Ser criança é acreditar que tudo é possível.
É ser inesquecivelmente feliz com muito pouco.
É se tornar gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos.
Ser criança é fazer amigos antes mesmo de saber o nome deles.
É conseguir perdoar muito mais fácil do que brigar.
Ser criança é ter o dia mais feliz da vida, todos os dias.
É acreditar no momento presente com tudo o que oferece, é aceitar o novo e desejar o máximo.
Ser criança é estar em constante estágio de aprendizado, é querer buscar e descobrir verdades sem a armadura da dúvida.
Ser criança é olhar e não ver o perigo.
Ser criança é ter um riso franco esparramado pelo rosto, mesmo em dia de chuva, é adorar deitar na grama, ver figuras nas nuvens e criar histórias.
Ser criança é acreditar, esperar, confiar.
E é ter coragem de não ter medo.
Ser criança é saber embrulhar desapontamentos e abrir caixinhas de surpresas.
Ser criança é sorrir e fazer sorrir.
Ser criança é ter sempre uma pergunta na ponta da língua e querer muito todas as respostas.
Ser criança é pedir com os olhos.
Ser criança é cantar fora do tom e dar risadas se alguém corrige.
Ser criança é ser capaz de perdoar e anestesiar a dor com uma dose de sabedoria genuína e peculiar.
Ser criança é andar confiante por caminhos difíceis e desconhecidos na ânsia de desvendar mistérios.
Ser criança é gostar da brincadeira, do sonho, do impossível.
Criança é saber nada e poder tudo.

Ser criança é o que a gente nunca deveria deixar de ser"

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Roubei do fotolog da Cris http://www.fotolog.com/crislaplata.

Para lembrar como eu devo ser... quase sempre...



quinta-feira, junho 12, 2008

Dia dos Namorados...


Celebremos hoje o amor...

aquele que é sem preconceito
que é caridoso e carinhoso
tudo suporta e tudo crê
que não busca interesse...
despojado, despreocupado...
puro, simples, sincero e cheio de vida.

O amor que nos anima, mesmo quando sofremos por amor.
Que nos dá vida, que nos move.
Que nos encanta

O amor que canta
Que faz de qualquer um cantor
Que nos faz ouvir música no vento
Que nos faz tocar no ar
Que nos torna sinfonia e maestro ao mesmo tempo

O amor que coloca nossos pés no chão
mesmo quando flutuamos de amor!

Celebremos o amor!!!

Aquele do brilho nos olhos
do eterno sorriso constante no canto da boca
das respirações profundas finalizadas com suspiros contagiantes

Aquele que aguça os sentidos
Aquele do olhar
do tocar
do falar
do sentir
do dizer
do fazer
que arrepia
que traz alegria
que contagia

Celebremos sim o amor!!!

Amor no sentido mais puro da palavra....
Amor do querer o bem do outro acima de tudo.

O AMOR

quarta-feira, junho 04, 2008

Olhar, gostar só de longe...

foto: Cristiano Fonseca
"Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto"
(Disfarça e Chora - Cartola)

Ou então

" eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia de silêncios e de luz...
tem certas coisas que eu não sei dizer"
(Certas Coisas - Lulu Santos)

Ou até (bem mais recente):

“Quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
E te mudou a direção...
Inspiração pra tudo que eu viver...”
(Um certo alguém – Lulu Santos)

Essa foto nem foi no Disfarça, na verdade foi bem no Lulu (medley Toda forma/Um certo alguém) como BIS, a festa rolando, todo mundo super animado, fim de espetáculo, participação do público, mas ela não me passa isso.

Ela me passa melancolia, solidão, com um pouco de serenidade.
Me passa um clima que não era o real. O poder da imagem.
Toda vez que a vejo, lembro do Disfarça.
Do “gostar só de longe”.
De todas as vezes que calei e perdi oportunidades incríveis.
Das vezes que deixei de dizer o que penso e sinto.
Das vezes que não disse meu sim ou meu não por medo, por bobagem.
De todas as vezes que achei que não era comigo, que eu não era/sou o bastante.

Gostar de longe realmente não faz nada nem ninguém chegar perto!!!!!


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Foto: Cristiano Fonseca
Espetáculo L – ago/2007

terça-feira, junho 03, 2008

Cântico IV

Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.


Cecília Meireles


quinta-feira, maio 29, 2008

De 26 de maio...

Entre brigas por adesivo (comédia), difamações em público (é sério) e reações pessoais inéditas (inexplicável), estou começando a me achar, no espaço. E é de verdade. É real. Uma mudança de atitude em relação a certas coisas. Existem sim algumas pessoas que têm me ajudado muito, com palavras, gestos ou simplesmente me mostrando como vivem e reagem ao mundo, mesmo que sem querer.
Desde o ano passado venho sentido isso. A começar com uma desculpa que não aceitei, não por orgulho, mas porque achei que era desculpa esfarrapada para tirar o corpo fora.
Depois fiz uma caminhada, um deserto num sábado quente e abafado de outubro, acompanhada de pessoas que sempre me instigaram de alguma forma. Foi sim um momento de rever tudo, refletir. Mas como não sou perfeita, as mudanças continuam a passos lentos.
Neste ano, tudo começou com uma ideia que não deixei escapar. Raro! Geralmente não levo minhas ideias em frente. Ofereci a alguém que já não confio, mas achei que devia. Acima de tudo porque amo o trabalho que faço junto a ele e outros, com ele no comando. Sei o quanto é valioso o relacionamento que tenho com algumas pessoas ali dentro e como a música nos move, nos une. Era a oportunidade. Oportunidade de fazer algo bom e diferente. Renovar ânimos.
Rolou. Pouca adesão do grupo, muita do povo de fora. A pessoa que viria me foi mais solicita que o que deveria ser o maior interessado. Foi um sucesso. Porém, senti que saí no prejuízo. Em diversos aspectos. Algumas despesas correram por conta de outras pessoas, além do meu bolso, e não achei justo. Não mesmo. É foda ralar, dar a cara a tapa e no final não poder pagar pelo menos parte das contas e ainda levar um valor irrisório se comparado ao que foi repassado para quem não fez nada. Não quero me gabar, só quero que seja justo.
Para a segunda edição do evento repensei algumas coisas. E mesmo com medo de queimar meu filme, peitei uma mudança. Não seria mais realização do grupo e sim minha e de mais uma amiga com apoio do grupo. Fizemos uma primeira proposta. Admito que meio que estranha, mas negociável. Renegociamos e demos uma contrapartida muito bacana. Não foi aceita. Mas não parou por aí. Não só não foi aceita como foi motivo de deboche e ironia. Além de uma covardia inominável: ser taxada de desonesta pelas costas. Desvincular-se de algo não implica em debochar, difamar...
Quem me condenará por querer pagar minhas contas? Por querer ter direito de fazer um trabalho honesto e ser paga justamente? Muito fácil ganhar dinheiro às custas do trabalho dos outros. E eu que sou desonesta. E eu que sou a errada. E sou eu que só penso no dinheiro. Quem me condenará por querer autonomia? Ao invés de ficar correndo atrás de alguém hierarquicamente acima de mim?
(Aqui eu devo registrar que passei um fim de semana num retiro onde tive algumas reações que não costumo ter. Não fui grossa nem injusta com ninguém, apenas saí do conforto do meu lugar para falar o que penso e sinto. Grande passo para mim!)
O mundo dá voltas. E entregar projetos, trabalho e vida nas mãos de Deus é o melhor remédio. Ele é justo. E tudo tem uma razão de ser.
A segunda edição do evento rolou. Poucas adesões, mas suficiente para uma boa oficina. O dia começou bem. Muito bem.
À noite, a maravilha aconteceu para fechar um ciclo e calar bocas. De uma atitude desobrigada surgiu uma doce surpresa. Parecia até que ele sabia de tudo. Foi algo que alguns amigos teriam feito. Foi tão perfeito que se eu contar aqui vão me chamar de ingênua. Talvez eu seja mesmo. Talvez não tenha sido um ato de gentileza e sim um ato de troca de favor (?). Algo mais frio, quase um sentimento de obrigação em fazer. Só que eu prefiro acreditar primeiro ato. Um agradecimento, um carinho, um agrado. Seja qual for o porque, foi perfeito. Fechou perfeitamente.
Não fui eu que brilhei. Foi o grupo, personificado em seis pessoinhas fantásticas (me incluo aqui). Derrubei um obstáculo e ainda batuquei em cima. Sim, saí vitoriosa. E surpresa com algumas pessoas.
Em momentos como este nós descobrimos o melhor e o pior das pessoas. Descobri novas formas de olhar velhas pessoas. Me surpreendi imensamente com as pessoas que estão ao meu lado. Como a gente se engana e não vê o tesouro que é o ser humano, ele sempre pode nos surpreender.
No fim, minha vitória não está em ter calado bocas ou derrubado obstáculos. Está nas coisas que aprendi sobre mim mesma e sobre os outros. Está na inspiração que incutiram em mim. No ânimo. No apoio. Na música. E quem sabe nas novas amizades e parcerias que surgiram, surgirão ou ressurgirão a partir dos últimos meses, principalmente deste fim de semana sensacional.

de 19 de maio...

Estou extremamente perdida.
Não no espaço, mas no tempo.
Perdida em meio aos meus pensamentos e sentimentos.
Entre as coisas que quero, que devo, que posso.
Entre o que sou, o que penso que sou e o que quero e preciso ser.

Limites estão cada vez mais próximos e eu tenho ultrapassado muitos.
Alguns deles me ajudam a dormir à noite, outros machucam tão profundamente que no fim só me ajudam a me perder mais um pouco.
Tenho conquistado algumas pequenas coisas. Dado pequenos passos bem significativos. Às vezes só eu percebo o quanto eles são significativos.

Tem hora que não sei o que fazer.
Não sei o que pensar.
Me pergunto se sou a errada, tento relembrar cada passo, cada momento para conferir onde errei e porque errei para não repetir o erro. E ver que tocam o fo* é demais.

Tenho medo de começar a mandar tudo para o espaço e algumas coisas saírem do controle. E eu me perder. Ainda mais.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Não-olhar

Um olhar diz tudo...
Mas um não-olhar também diz muito!
Diz a vergonha que se tem
Diz a mentira que se fez
Diz... sem dizer!

O não-olhar é uma prova
Às vezes mais verdadeira que o olhar
Uma verdade velada
Quase dita
Mesmo que seja a mentira

O não-olhar pode doer mais que o olhar
Sangrar mais
Matar mais...