Brincar que o ano já deu o que
tinha de dar é o que anda pela boca das pessoas. Dizer que 2014 parece que não
acaba nunca, que foi um ano pesado, essas coisas. Porque inevitavelmente
contamos os anos de acordo com o calendário e apesar deu considerar meu novo
ano a partir do meu aniversário, a gente acaba indo nessa onda junto com a
massa.
Sim, 2014 foi um ano pesado. E o
que foi o mês de agosto que durou um ano dentro do ano. Mas apesar do peso,
apesar do desespero em querer vê-lo na perspectiva do ano seguinte, 2014 foi um
ano bom. As quedas emocionais, o sentimento de estar perdida, o vazio e outras
tantas coisas, fazem parte desse processo que começou com uma decisão e aceitar
as consequências vindas dela. Não foi só uma mudança de emprego. Foi uma
mudança de perspectiva de vida.
Trabalhava num lugar que eu
costumo dizer que é um intensivão de vida. A gente conhece, trabalha, lida com
todo tipo de pessoa e situação. A gente se perde, se descobre, se redescobre,
se encontra, se vê pelos olhos dos outros e se projeta nos outros tão rápido e
de forma tão intensa que demora um tempo para assimilar tudo. E o que é isso se
não a vida. Foram quatro anos de tudo isso e muito mais. O que importa é que
foram 4 anos de muito aprendizado. E não é como se eu não tivesse mais nada
para aprender, porque ali eternamente você aprende. Mas a vida tem outras
urgências, outras necessidades e te leva a lugares inusitados, desejados ou
não.
Enfim, mudei de emprego.
Embarquei no “sonho” de outra pessoa e apostei na aposta dela sobre mim. Essa
mudança de rotina, essa aceitação do desafio e o sentimento de frustração por
achar que não estou fazendo um bom trabalho, tudo isso tem pesado. E vou trocar
de ano ainda sem saber se estou indo bem ou não.
Foi um ano tão recortado de
momentos. E eu acostumada ao dia a dia de uma livraria, melhor ainda, de um
estabelecimento comercial, com suas sazonalidades e tal. Estou exausta fisica,
emocional e mentalmente. E por que não espiritualmente? Um cansaço que não
passa. Uma sensação de precisar dormir dias a fio. E só fazendo essa reflexão é
que posso ter a certeza de que este longo 2014 foi bem melhor do que ele parece
ter sido.
Fiz uma viagem recentemente e
jurei que retornaria cheia de ideias, inspirada, motivada, empolgada... mas voltei
com um grande vazio. Por não saber exatamente o que fazer com tudo isso. Não
sei o que foi, mas o vazio continuou aqui até ontem. É, ontem, dia 28 de
dezembro eu tive uma ideiazinha, uma luzinha no fim do túnel das ideias que
poderão que sabe e por que não me dar uma ponta de esperança para entrar o
próximo ano um tanto inspirada.
Não posso deixar de ressaltar que
este ano também valeu, e muito, pelos encontros. Meu sentimento é de gratidão
por cada apoio, sorriso, abraço, palavra, ação. Conheci e reencontrei pessoas
fantásticas, dessas que você nem consegue falar muito porque não existem
palavras para descrever o sentimento de aprendizado, cumplicidade, amor... Meu
muito obrigada a cada uma dessas pessoas.
É isso! Que venha 2015 com suas
possibilidades, com seus momentos, encontros, parcerias.
Afinal coisas boas nunca vem da
zona de conforto.
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