domingo, maio 06, 2012

Sobre rótulos

     Já cansei dos rótulos. Existem pessoas que nos rotulam e levam isso para o resto da vida. Não percebem que a primeira impressão é mero pré-conceito. É desgastante você ser lembrada de coisas, algo que você fez há algum tempo e que apenas passou a impressão errada porque na cabeça da pessoa você tem aquele rótulo específico.

     Não somos remédios em que lemos a bula e sabemos para que serve, efeitos colaterais e coisa e tal. Somos seres em constante mutação. A cada minuto, hora, dia, semana, mês e o que se pode dizer do ano, ou de vários deles, temos uma chance de mudar. Muitas dependem do nosso sim, de nos apropriarmos delas. Outras apenas entram e causam a mudança sem nem percebermos. Seja uma nova palavra, um novo ponto de vista, uma nova voz, um novo tom ou nova cor, um novo som, uma nova pessoa. A todos instante nos deparamos com tantas coisas novas e velhas que não tem como ficarmos parados. Mesmo involuntariamente.


     Agora imagine um ou dois ou que sabe três anos de mudanças a todo instante. Ah! Temos o caráter, temos a personalidade... sim temos tudo isso. Mas como uma pessoa como eu, boba, que tem fé, é acredito que boa parte desse mundão é bom o que muitos não tiveram foi ter a oportunidade do exemplo.

     Deixemos de lado os rótulos, eles não servem de nada. Apenas para emburrecer nossas relações. Que possamos a cada dia acordar olhando o mundo de outros ângulos. Olhando as pessoas de outras formas. Não estou dizendo para fazer as pazes, mas para dar valor ao que se deve. Rasgar de vez os rótulos e deixar a pessoa ser quem ela realmente é e não esse alguém que você (e eu) tem em sua mente quase limitada.

     Não é fácil, mas façamos o exercício de olhar com outros olhos, de fazer justiça passando por cima do nosso rancor, nossa mágoa. Sim, muitas mágoas. Muita incompreensão, muita desilusão. Falo porque sinto. Porque sei como é ser rotulada e ter que carregar o fardo desse rótulo. E não sou santa. Rotulo, confesso, mas me policio para rasgá-lo o mais rápido possível.

     E rasguemos também os rótulos que nos impuseram. E mais ainda o que nós nos impomos. Nos olhemos no espelho. O que estamos comunicando aos outros? A gente tem que dar essa forcinha também.






E eu não estou necessariamente falando de feio, gordo e tal... falo de coisas mais profundas...