quinta-feira, maio 29, 2008

De 26 de maio...

Entre brigas por adesivo (comédia), difamações em público (é sério) e reações pessoais inéditas (inexplicável), estou começando a me achar, no espaço. E é de verdade. É real. Uma mudança de atitude em relação a certas coisas. Existem sim algumas pessoas que têm me ajudado muito, com palavras, gestos ou simplesmente me mostrando como vivem e reagem ao mundo, mesmo que sem querer.
Desde o ano passado venho sentido isso. A começar com uma desculpa que não aceitei, não por orgulho, mas porque achei que era desculpa esfarrapada para tirar o corpo fora.
Depois fiz uma caminhada, um deserto num sábado quente e abafado de outubro, acompanhada de pessoas que sempre me instigaram de alguma forma. Foi sim um momento de rever tudo, refletir. Mas como não sou perfeita, as mudanças continuam a passos lentos.
Neste ano, tudo começou com uma ideia que não deixei escapar. Raro! Geralmente não levo minhas ideias em frente. Ofereci a alguém que já não confio, mas achei que devia. Acima de tudo porque amo o trabalho que faço junto a ele e outros, com ele no comando. Sei o quanto é valioso o relacionamento que tenho com algumas pessoas ali dentro e como a música nos move, nos une. Era a oportunidade. Oportunidade de fazer algo bom e diferente. Renovar ânimos.
Rolou. Pouca adesão do grupo, muita do povo de fora. A pessoa que viria me foi mais solicita que o que deveria ser o maior interessado. Foi um sucesso. Porém, senti que saí no prejuízo. Em diversos aspectos. Algumas despesas correram por conta de outras pessoas, além do meu bolso, e não achei justo. Não mesmo. É foda ralar, dar a cara a tapa e no final não poder pagar pelo menos parte das contas e ainda levar um valor irrisório se comparado ao que foi repassado para quem não fez nada. Não quero me gabar, só quero que seja justo.
Para a segunda edição do evento repensei algumas coisas. E mesmo com medo de queimar meu filme, peitei uma mudança. Não seria mais realização do grupo e sim minha e de mais uma amiga com apoio do grupo. Fizemos uma primeira proposta. Admito que meio que estranha, mas negociável. Renegociamos e demos uma contrapartida muito bacana. Não foi aceita. Mas não parou por aí. Não só não foi aceita como foi motivo de deboche e ironia. Além de uma covardia inominável: ser taxada de desonesta pelas costas. Desvincular-se de algo não implica em debochar, difamar...
Quem me condenará por querer pagar minhas contas? Por querer ter direito de fazer um trabalho honesto e ser paga justamente? Muito fácil ganhar dinheiro às custas do trabalho dos outros. E eu que sou desonesta. E eu que sou a errada. E sou eu que só penso no dinheiro. Quem me condenará por querer autonomia? Ao invés de ficar correndo atrás de alguém hierarquicamente acima de mim?
(Aqui eu devo registrar que passei um fim de semana num retiro onde tive algumas reações que não costumo ter. Não fui grossa nem injusta com ninguém, apenas saí do conforto do meu lugar para falar o que penso e sinto. Grande passo para mim!)
O mundo dá voltas. E entregar projetos, trabalho e vida nas mãos de Deus é o melhor remédio. Ele é justo. E tudo tem uma razão de ser.
A segunda edição do evento rolou. Poucas adesões, mas suficiente para uma boa oficina. O dia começou bem. Muito bem.
À noite, a maravilha aconteceu para fechar um ciclo e calar bocas. De uma atitude desobrigada surgiu uma doce surpresa. Parecia até que ele sabia de tudo. Foi algo que alguns amigos teriam feito. Foi tão perfeito que se eu contar aqui vão me chamar de ingênua. Talvez eu seja mesmo. Talvez não tenha sido um ato de gentileza e sim um ato de troca de favor (?). Algo mais frio, quase um sentimento de obrigação em fazer. Só que eu prefiro acreditar primeiro ato. Um agradecimento, um carinho, um agrado. Seja qual for o porque, foi perfeito. Fechou perfeitamente.
Não fui eu que brilhei. Foi o grupo, personificado em seis pessoinhas fantásticas (me incluo aqui). Derrubei um obstáculo e ainda batuquei em cima. Sim, saí vitoriosa. E surpresa com algumas pessoas.
Em momentos como este nós descobrimos o melhor e o pior das pessoas. Descobri novas formas de olhar velhas pessoas. Me surpreendi imensamente com as pessoas que estão ao meu lado. Como a gente se engana e não vê o tesouro que é o ser humano, ele sempre pode nos surpreender.
No fim, minha vitória não está em ter calado bocas ou derrubado obstáculos. Está nas coisas que aprendi sobre mim mesma e sobre os outros. Está na inspiração que incutiram em mim. No ânimo. No apoio. Na música. E quem sabe nas novas amizades e parcerias que surgiram, surgirão ou ressurgirão a partir dos últimos meses, principalmente deste fim de semana sensacional.

de 19 de maio...

Estou extremamente perdida.
Não no espaço, mas no tempo.
Perdida em meio aos meus pensamentos e sentimentos.
Entre as coisas que quero, que devo, que posso.
Entre o que sou, o que penso que sou e o que quero e preciso ser.

Limites estão cada vez mais próximos e eu tenho ultrapassado muitos.
Alguns deles me ajudam a dormir à noite, outros machucam tão profundamente que no fim só me ajudam a me perder mais um pouco.
Tenho conquistado algumas pequenas coisas. Dado pequenos passos bem significativos. Às vezes só eu percebo o quanto eles são significativos.

Tem hora que não sei o que fazer.
Não sei o que pensar.
Me pergunto se sou a errada, tento relembrar cada passo, cada momento para conferir onde errei e porque errei para não repetir o erro. E ver que tocam o fo* é demais.

Tenho medo de começar a mandar tudo para o espaço e algumas coisas saírem do controle. E eu me perder. Ainda mais.