segunda-feira, dezembro 29, 2014

O ano que já deu

Brincar que o ano já deu o que tinha de dar é o que anda pela boca das pessoas. Dizer que 2014 parece que não acaba nunca, que foi um ano pesado, essas coisas. Porque inevitavelmente contamos os anos de acordo com o calendário e apesar deu considerar meu novo ano a partir do meu aniversário, a gente acaba indo nessa onda junto com a massa.

Sim, 2014 foi um ano pesado. E o que foi o mês de agosto que durou um ano dentro do ano. Mas apesar do peso, apesar do desespero em querer vê-lo na perspectiva do ano seguinte, 2014 foi um ano bom. As quedas emocionais, o sentimento de estar perdida, o vazio e outras tantas coisas, fazem parte desse processo que começou com uma decisão e aceitar as consequências vindas dela. Não foi só uma mudança de emprego. Foi uma mudança de perspectiva de vida.

Trabalhava num lugar que eu costumo dizer que é um intensivão de vida. A gente conhece, trabalha, lida com todo tipo de pessoa e situação. A gente se perde, se descobre, se redescobre, se encontra, se vê pelos olhos dos outros e se projeta nos outros tão rápido e de forma tão intensa que demora um tempo para assimilar tudo. E o que é isso se não a vida. Foram quatro anos de tudo isso e muito mais. O que importa é que foram 4 anos de muito aprendizado. E não é como se eu não tivesse mais nada para aprender, porque ali eternamente você aprende. Mas a vida tem outras urgências, outras necessidades e te leva a lugares inusitados, desejados ou não.

Enfim, mudei de emprego. Embarquei no “sonho” de outra pessoa e apostei na aposta dela sobre mim. Essa mudança de rotina, essa aceitação do desafio e o sentimento de frustração por achar que não estou fazendo um bom trabalho, tudo isso tem pesado. E vou trocar de ano ainda sem saber se estou indo bem ou não.

Foi um ano tão recortado de momentos. E eu acostumada ao dia a dia de uma livraria, melhor ainda, de um estabelecimento comercial, com suas sazonalidades e tal. Estou exausta fisica, emocional e mentalmente. E por que não espiritualmente? Um cansaço que não passa. Uma sensação de precisar dormir dias a fio. E só fazendo essa reflexão é que posso ter a certeza de que este longo 2014 foi bem melhor do que ele parece ter sido.

Fiz uma viagem recentemente e jurei que retornaria cheia de ideias, inspirada, motivada, empolgada... mas voltei com um grande vazio. Por não saber exatamente o que fazer com tudo isso. Não sei o que foi, mas o vazio continuou aqui até ontem. É, ontem, dia 28 de dezembro eu tive uma ideiazinha, uma luzinha no fim do túnel das ideias que poderão que sabe e por que não me dar uma ponta de esperança para entrar o próximo ano um tanto inspirada.

Não posso deixar de ressaltar que este ano também valeu, e muito, pelos encontros. Meu sentimento é de gratidão por cada apoio, sorriso, abraço, palavra, ação. Conheci e reencontrei pessoas fantásticas, dessas que você nem consegue falar muito porque não existem palavras para descrever o sentimento de aprendizado, cumplicidade, amor... Meu muito obrigada a cada uma dessas pessoas.

É isso! Que venha 2015 com suas possibilidades, com seus momentos, encontros, parcerias.


Afinal coisas boas nunca vem da zona de conforto.