sábado, dezembro 25, 2010

Descobri recentemente que não é só medo.
Apesar de alguém ficar martelando isso na minha mente e eu concordar...
Não é tudo medo,
Existe uma saudade!
Vinda, ou surgida, de um esquecimento...
Esqueci um pouco de mim
E a angustia veio
Angustia de não lembrar de mim
Preciso ter mais atenção...
e relembrar quem eu sou, ou parte de quem já sei que sou

quarta-feira, novembro 03, 2010

Sinto que perdi
A confiança
Tanto de mim em você
Como de você em mim

Sei que sufoquei,
Mas não soube encontrar uma melhor forma de pedir socorro...
Implorei por atenção...
Mendiguei atenção

Sim, era apenas eu te pedindo socorro...
A alguém que considerei amigo...
Que me prova o carinho
Que me desprova o carinho

Só posso pedir perdão e dizer que estou tentando
Não sufocar
Não limitar
Não exagerar
E principalmente não mendigar

Estou tentando entender por que
Principalmente: por que você...

Eu só queria colo
Eu só quero colo
Um cafuné, talvez....

Menos esse silêncio ensurdecedor....
Essa ampla distância de.... meio metro
Essa frieza quente

Perdão!
Porque minhas desculpas já não convencem!

terça-feira, outubro 19, 2010

Apenas preciso aprender a inventar o cais.... ou lembrar como se faz!!!

Apenas preciso aprender a inventar o cais.... ou lembrar como se faz!!!
Eu queria me soltar...
As vezes eu queria me jogar...
Tão longe...
Tão perto...

Mas cadê o cais...
Aquele que inventei
Que me leva ao meu mar...
Cheio de cor, vida, música, palavras, sol e flor
E fé...

O meu cais...
Com um saveiro pronto para me levar para onde eu quiser
Ou apenas para deixar chegar quem eu quiser.

Sim, quero me soltar...
E inventar em mim a sonhadora... que já sou

Qual será a vez de me lançar¿

quarta-feira, setembro 29, 2010

Estava assistindo Mensagem para Você agora a pouco. Gosto desse filme. Comediazinha romântica leve. Gosto da relação por palavras. Apesar de gostar do olho no olho, e troca de e-mails é tão autentica. E se mostrou tão verdadeira. Dois seres humanos despojados. Mesmo sem detalhar ou personalizar foram capazes de abrir seus corações sem preconceitos. E com muita sinceridade.
É engraçado como nomes, posições, empregos, etc e tal são capazes de nos rotular. Na verdade são nossos rótulos, nossos cartões de apresentação. Quem sou eu se não a Ana Paula filha, irmã, amiga, vendedora, escrevendo coisas. Mas quem sou eu¿ O que meu nome diz sobre mim¿ Ou melhor, o que as pessoas dizem sobre mim a outras¿ E quando essas outras me conhecem meu nome já vem cheio de significados, já vem carregado de conceitos e porque não preconceitos. Não importa se bons ou ruins. Somos o que comunicamos, mas também somos a visão que os outros constroem de nós. E se os outros não tiverem o mínimo de interesse que verificar se os conceitos pré-estabelicidos dos outros acerca de nós são verdades ou não, permaneceremos sendo apenas a visão dos outros. Eu não sou apenas a filha que minha mãe conta aos outros. Sou a filha que os outros me vêem sendo.
Gostaria mesmo de ter alguém para conversar. Alguém que ouça sem julgamento. Alguém a quem eu possa falar tudo do jeito que eu penso sem ter que ficar editando tudo a todo instante. E que me diga o que quiser. Do jeito que quiser. Tudo bem, não existe o não editar. Mesmo os mais impulsivos editam um bocado. É eu gostaria de ter alguém para compartilhar. Que entendesse que muitas das coisas que passam loucamente na minha cabeça são impressões, reflexões sem maldade. Apenas formas de tentar encaixar as coisas no lugar. Apenas formas de compreender. De tentar não julgar.
Gostaria... apenas de alguém.

quarta-feira, agosto 18, 2010

Sim... foi tristeza... e muita raiva.
Foi egoismo e pensei muito em mim.
Sou uma fraude, uma farsa.
Como podem me ter como exemplo?
Essa criatura fraca e ignorante.
Nãoconheço de saber
Conheço de sentir!
E sinto.... muito
Sinto a cor, o sabor, o cheiro.... principalmente a força.
Sou fraca.... muito fraca!
E minha fraqueza nunca foi tão testada
E minha força nunca foi tão provada...
Uma certeza eu tenho... fé...
E de resto... dúvidas.
Muitas, todas e mais algumas...
LEmbre-se: sou uma fraude! Um blefe!
Pensam que sou o que não sou e nem esperam que eu seja o que realmente sou!
Rótulos, pré-conceitos... cobranças indevidas! E outras bem-vindas!

sábado, julho 31, 2010

então...

... quer saber?? Que saibam....
se já é que não sabem
ou fingem não saber
porque o que sei é que sabido já era
pode ter sido esquecido
mas muitos já sabiam e ainda sabem...
ou acham que sabem
do que deveriam saber...
e por saberem esquecem que saber é poder
ou perder....

****


enfim... sabido está...
afinal sou transparente... ou um livro aberto...
com o coração na mão para que todos possam ler, ouvir, ver ou sentir...

eu quero paz... então... que saibam!

domingo, julho 25, 2010

Escancarando....

O que eu realmente queria dizer é que nem dá mais. O que realmente eu queria dizer sairia meio assim:

Lembra quando eu te perguntei o que você faria quando uma pessoa te faz muito bem, mas ao mesmo tempo te faz mal? (fiquei imaginando se você sabia de quem eu falava). Você lembra o que você me respondeu?! “Se afasta dela nos momentos em que ela te faz mal”. É justamente o momento que me afasto que me faz mal.

E lembra quando eu disse que você me traz leveza, conforto... e até alegria para agüentar certos momentos do dia?! Então. A leveza... me faz gostar mais e mais de você. Me faz querer todo o bem desse mundo. Te querer sempre ao meu lado, falando besteira, jogando palavras ao vento e melodias no ar. É leve... mas uma leveza que no fim torna-se peso. E dói. E o vazio reaparece...

É, isso está parecendo outra coisa. Porém, é simples assim. Na simplicidade de uma brincadeira, de uma piada... na simplicidade de pequenos momentos de confiança, me estranho e me descubro. Te estranho e te descubro. E ao me afastar o que dói não é não ter por perto, é saber que é de outra pessoa. Que tudo pára aí, na leveza. Na amizade. O que no momento, não é suficiente.

E no fim, tudo o que eu realmente queria, era o silêncio. Encostar em teu peito, acariciando sua barba sentindo sua respiração. Nada mais, apenas sentir você, ali, ao lado. Apenas ser...

************

O pior... "você" podia ser tantos... muitos... qualquer um.... mas UM.

segunda-feira, julho 05, 2010

-Vivi um romance ao som dessa música
"Parabéns! Por que você está me contando isso??? Merda!!! Não preciso saber dos seus romances. MORRAAAAAAAAA!!!" - Está meio nostálgico?!
- Não...

terça-feira, junho 29, 2010

a espera...

de uma lágrima que teima para cair...
de uma página que teima para virar...
de uma nota que teima em desafinar
de uma palavra entalada na garganta...

da coragem para dizer
da liberdade para fazer
da amizade para manter
do amor para declarar.... 

quarta-feira, junho 23, 2010

devaneios...

Eu costumava ser mais leve, mais alegre, mais… sem febre
Costumava sorrir mais, dormir mais...
Costumava ser alguém que já não encontro, que já não reconhecem
Mas eu sou a mesma... apenas com uns anos a mais, umas cicatrizes a mais, rugas a mais.... e talvez até tristezas a mais...
M as ainda sou menos eu. Ou uma parte de mim que eu não conhecia, que adormecia.
Agora acordada, me traz angustia. É forte. É grande.... e pode ser inconseqüente.
Não... apenas menos crente. Menos sorridente. Menos inocente.

***

Sobre a alegoria da caverna:
imagine que você é um deles!
pois é assim que me sinto...
o que vejo é apenas a sobra de uma realidade....
mesmo quando me olho no espelho
algo que sou sem ser
porque muitas vezes não sei o que sou quando não estou na minha caverna
e muitas vezes não sei o que sou na minha própria caverna

acho que minha caverna sou eu mesma!

***

Pensei que a pouca convivência diminuiria a intolerância, mas parece que as coisas se tornaram mais intensas, inversamente proporcionais: quanto menos tempo junto, mais intenso o sentimento.

      
Porque quando eu olho ao meu redor a impressão que tenho é que a redoma não se quebrou.
Continuo presa... acorrentada. Vendada. Alienada. E cada vez mais revoltada!    

domingo, junho 20, 2010

Relacionamento perfeito - Lya Luft

      
O assunto pode ser dramático ou engraçado, tão humano e tão difícil de entender.
A mim, sempre buscando explicações e significados porque tão pouco entendo, me ocorre falar ou escrever exatamente sobre aquilo que menos sei. Trabalho interminável, espécie de suplício de Sísifo: o pobre todo dia empurrando montanha acima uma grande pedra que voltava a rolar pela encosta, a fim de que o torturado recomeçasse mais uma vez.
Querer alcançar o significado das coisas, da vida, das gentes, de seus relacionamentos e desencontros, é um pouco assim.
Seguidamente me indagam – ou tento imaginar – o que seria um relacionamento perfeito. Eu ia escrever “casamento”, mas preferi a outra palavra, porque ela não tem nada a ver com cartório e burocracia, opressão ou coerção social e familiar: tem a ver com querer se ligar a alguém, e querer continuar ligado.
Cada dia, ao acordar, fazer de novo a escolha: eu quero mesmo é você comigo.
Mas “perfeito” é uma palavra tola: perfeição, só no céu de todas as utopias. Aqui, nesta nossa terra nada utópica, perfeição me pareceria um pouco entediante: como, nada a reclamar, tudo assim direitinho?
Olho pela janela e bocejo: muito sem graça, a tal perfeição. O céu com anjos tocando harpa pelo tempo sem tempo me deixava pasmada já na infância. Nada mais? Nem uma brincadeira proibida, um escorregão nas nuvens, uma risada na hora do sagrado silêncio... nem uma transgressãozinha na ordem celestial?
Minha alma indisciplinada não encontraria alimento nem estímulo, e ia-se desfazer em fiapo de nuvem embaixo de algum armário onde se guardassem os relâmpagos e os trovões, e todas as duras sentenças.
Então, relacionamento perfeito, nem pensar.
Mas uma ligação de cumplicidade e ternura, de sensualidade e mistério, ah, essa eu acho que pode existir. Como todos os contratos (não falo dos de papel mas de corpo, coração e mente), esse precisa ser renovado de vez em quando: a gente tira o contrato da gaveta da alma, e discute. Briga talvez, chora, reclama, mas ainda ama, ainda deseja. Ainda quer o abraço, o passo no corredor, o corpo na cama, o olhar atento por cima da xícara de café... quer até a desorganização e a ruptura, para depois de novo o que é bom se reconstruir.
Que seja vital: isso me parece uma boa parceria. Que seja dinâmica, seja lá o que isso significa em cada caso. Pelo menos, não acomodada; mas muito aconchegante.
Que seja sensual e amiga, essa ligação: se não gosto do outro como ser humano, com seus defeitos, sua generosidade e egoísmo, força e fragilidade, se não o quereria como amigo... como então, mesmo com tempero do desejo, posso me relacionar com ele para uma vida a dois?
O tema é quase infinito: pois cada caso é um caso, assim como cada casal é um casal, e cada fase da vida do indivíduo ou dos dois é diferente.
O bom é quando essa constante transformação se faz para maior cumplicidade, e não mais distanciamento.
Que um relacionamento não seja prisão; que não seja enfermaria nem muleta; mas que seja vida, crescimento (turbulências eventuais incluídas).
Que seja libertação e ajuda mútua; não fiscalização e condenação, a sentença pronunciada numa frase gélida ou num olhar acusador, ar de reprovação ou lamúria explícita.
Que seja cumplicidade, porque a vida já é difícil sem afetos. O som dos passos no corredor pode ser um conforto inacreditável, o corpo ao lado na cama uma âncora para a alma aflita. O entendimento recíproco é um oásis no isolamento desta nossa vida pressionada por tempo, dinheiro, regras, mil solicitações de família, trabalho, grupo social, realidade do mundo.
Que seja presença e companhia, o relacionamento bom: pois a solidão é um campo demasiado vasto para ser atravessado a sós.
*****
LUFT, Lya; in Pensar é transgredir

sexta-feira, junho 04, 2010

       é.... o silêncio às vezes mata.....

terça-feira, abril 13, 2010

(re)Cicatrizando


Lembrar de uma cicatriz é bem complicado
Lembrar de várias ao mesmo tempo.... é muito ruim.
Ainda mais estando exausta e sem conseguir pensar em como esconder
Ou para onde correr

Talvez correr para um abraço.

Lembrei daquela cicatriz da solidão
E teve aquela do “não”
E a cicatriz da falta de comunicação
Sempre me deixando na mão
Com a má interpretação

Má interpretação, já me deu tanta dor de cabeça
Que hoje luto contra ela, mas ela me persegue
E .... o problema deve mesmo estar em mim!

Tem também os traumas
Com o do “eu, eu não sou enxerida, só quero ajudar” MESMO!
“você conversa demais”
“você brinca demais”
“você se esconde demais”

Escondo,
meus demônios
E escondo também meus anjos
Escondo muito do meu eu

Tenho minhas razões para isso,
Mas confesso que em tantos momentos
Minha vontade é gritar o que está aqui
Deixar o “demônio” sair!
E o “anjo” também...

Acho que eu nunca tinha visto tanto de mim em outros
Isso me aliviou
Somos tantos....
Diferentes
Iguais
E me angustiou
Sou tudo isso...
Diferente
E igual

As cicatrizes estão aqui
Acordadas
Relembrando-me coisas que achei que já tivesse superado
Realmente cicatrizado...

Mas cicatrizes vêm com um “receio” embutido
Um medo
Que num simples sinal se liga
E solta um alerta.

E faz relembrar...
E me faz viajar
E me faz passear por lugares e momentos já conhecidos
Já vividos
Sofridos
Chorados
Gritados

Tentando ser esquecidos!

sábado, abril 10, 2010

Talvez eu não tenha nascido para estar no palco
Talvez eu não tenha nascido para estar nos bastidores
Cada dia me convenço que nasci para ser público
Mas sempre que sou público...
... quero subir no palco!

terça-feira, abril 06, 2010

Hoje eu sonhei,
Sonhei que alguém segurava minha mão
Eu não estava sozinha
Alguém segurava minha mão
Enquanto caminhávamos juntos em alguma rua
Em algum lugar
Não importa

Eu não estava sozinha....

SAUDADE!!!

SAUDADE: ótimos amigos, ótima música, ótimos momentos. Saudade do que valia a pena!!!

SAUDADE da fantasia e do que valia a pena.... só que da noite pro dia a gente cresce sim!

SAUDADE da emoção a flor da pele e do que valia a pena... e mesmo com o mal tamanho, alegrávamos nossos corações.

SAUDADE da superação apenas um jeito de viver o que é amar que valia a pena...

SAUDADE da plenitude e do que realmente valia a pena!!!!!!!!!!!

SAUDADE do Jairo, das bobagens e do que valia a pena!!!

SAUDADE da partilha e do perdão.... e do que valia a pena!!!!

SAUDADE da vibração, do espetáculo de vida... daquilo que valia a pena

SAUDADE de tudo e de muitos. E principalmente do que valia a pena!!!!!!

SAUDADE da diversão

SAUDADE, muita saudade.... principalmente do que realmente valia a pena



Desabafado está!

Agora é buscar novas inspirações, novos divertimentos, novos espetáculos...

Sempre bem acompanhada e fazendo ótima música.


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Baseado no que compartilhei pelo twitter e facebook. Com alterações.
Aquele menino,
o masculino de Beatriz,
voltou a passear pela minha mente.
Voltou a passear pelos meus sonhos.
E continua lindo
E continua longe
Cada vez mais distante....
do sonho
da realidade....

Mais longe que há anos

O menino.... o masculino....
No sonho.... um sonho....

Não quero acordar...

terça-feira, fevereiro 16, 2010

Devaneios dos 10 dias

Descobri que mais do que nunca eu tenho que escrever as coisas no momento em que eu as penso. Queria lembrar cada palavra vinda em minha mente. Dar vida a elas. Espero ir lembrando aos poucos, porém já não serão autênticas. E serão tardias. Além de bagunçadas. Todas juntas e embaralhadas num texto só. Como meus sentimentos confusos, bagunçados e misturados nas palavras.


Nos últimos 10 dias pensei tantas coisas e não registrei. Sobre as sensações de um lugar estranho, mas conhecido. De pessoas que vejo poucas vezes na vida, mas que me são tão queridas.

Como da vez que parei para olhar ao meu redor num shopping e vi que tudo parecia como o lugar onde moro. Até o momento em que ouvi o sotaque de todos ao meu redor. E minha ficha de que eu não estava num lugar de sempre caiu. Sim, estava no lugar que escolhi para descansar. E por que escolhi este lugar? Me sinto em casa, ou melhor, me sinto a vontade.

Do começo. Em março teria minhas tão desejadas férias. Combinei com minha mãe que queria passar uns dias em algum lugar onde eu pudesse descansar. Estão descartei a possibilidade de ir a algum lugar onde eu ficasse com vontade de conhecer pontos turísticos e coisa e tal. Escolhi João Pessoa. Não fui muito lá, mas já vi algumas coisas por lá. E o mar é uma benção. Era isso: descanso, sol e mar.

Só que minha vida deu uma virada e tive que antecipar a viagem. E em três dias antecipamos tudo para um mês antes. Ótimo!!!

Na primeira etapa da viagem mais uma vez me dei conta de como eu sou diferente de minha mãe. Minha disposição era outra. Não estava ansiosa. Muito pelo contrário, na viagem de ida eu queria era entrar no ritmo que me propus. Nossa escala em Salvador não foi tão boa, mas nem me afetei como ela. Foi chato, lógico que foi, mas o que não tem remédio, remediado está.

No primeiro dia não resisti e fui pra praia, tarde mesmo... Ah! O mar... não tenho palavras para descrever. Enquanto eu caminhava na praia desejava ser invisível, pois não queria me preocupar com a leitura que eu faria dos olhares dos outros. Só queria me preocupar com o sol e com o mar. Meu amado mar.

Voltando ao shopping. Este, o de Manaíra, está cada vez mais parecido com os daqui. Tem tudo que tem aqui. Acrescentando o sotaque. Música para os meus ouvidos. Amo o sotaque.

Nestes 10 dias aprendi que tudo pode até parecer com o que você está acostumado, mas não é bem assim. Entre os encontros e desencontros. Com pessoas vividas, viajadas, estudadas, cultas, e o que mais vier. Existe uma questão do ser nordestino. Acho que me sinto em casa porque cresci num ambiente predominantemente paraibano. A parte mineira teve sim sua influência, mas o paraibano é a referência maior, penso eu. Ou penava eu.

Conversa vai, conversa vem. Notícias, histórias, causos, relatos, opiniões, piadas, observação. Valores pesam. Uma filha que não foi passar as férias na casa do pai porque o pai não permitiu que o namorado de poucos meses fosse junto. Ou o namorado de outra menina que pensa em mudar de cidade e no momento que se cogitou dividir o apartamento com as primas e a namorada não quis porque só irá morar debaixo do mesmo teto que ela depois de casado. Valores que apoio. Afinal o mundo tem esquecido o sentido de família, de amor, de companheirismo. O mundo tem esquecido valores, afetos, sentidos. Tudo é um oba-oba vazio e fugaz. Um fugir pra qualquer lugar apenas para sair de uma terra que ainda se agarra às raízes, aos valores, ao afeto, ao respeito.

Às vezes acho que nasci no lugar e/ou no tempo errado. Que apesar da minha compreensão de mundo e do mundo prefiro estes pequenos lugares no mundo. Onde você vê que uma amizade e preservada para um sempre em que distância e tempo não afetam. Que vontade de ter tido um pouco mais disso. Sinto a frieza de Brasília. Sinto que é minha culpa também, sou meio tratante, meio desleixada. E sei que existem outros fatores que no momento não vêm ao caso.

Sempre que vou à Paraíba tenho noção de família... no fim descobriremos que lá todo mundo é primo de todo mundo.

Outra coisa que me marcou demais e de certo modo me entristeceu, foi ouvir histórias de pessoas que eu amo incondicionalmente e que eu não participei, não presenciei e que o tempo que estivemos juntos em nossas vidas não contabiliza um ano. Como se pode amar tanto certas pessoas sem as conhecer direito? São tantas coisas que não sei por vivenciar e sim porque me contaram ou porque apreendi nos poucos momentos em que estivemos juntos. Inexplicável.

Sempre que vou lá me sinto em casa. Rodeada pela família. Só que uma família que conheço por ouvir dizer. Pelas histórias, mas principalmente pelo carinho e cumplicidade presentes nelas. Palavras carregadas de afeto. Lembranças saudosas de algo que não vivi, mas sempre quis pra mim. Crescer e conviver com primos. Tê-los como amigos próximos. Curti-los. Estar presente... este é o ponto... estar presente... vivenciar, experimentar, dar o ombro, a mão, o pé e até a vida.

Sinto todas essas coisas quando vou ã Paraíba. Aconchego, surpresa, família, amor. Mas também sinto falta do que não vivi, do que não tive, neste caso nunca terei, porque já estamos crescidos. E quero muito que isso não ocorra com nossos filhos. Não posso correr atrás do tempo perdido. Não posso mais participar das festas, formaturas, campeonatos, choros, risos... mas posso escrever novos momentos.

Queria poder demonstrar mais certas coisas. Queria poder querer mais certas coisas.

Sim, descansei e matei um pouco da minha saudade. Porém, ainda não fiz tudo o que eu queria fazer. Sei que este dia chegará, só queria que não tardasse.

Este é o efeito Paraíba... muitas palavras se perderam em meio ao vento e a maresia... mas creio que a essência delas esteja nestas palavras acima.

sábado, janeiro 02, 2010

Sonho sozinha

Hoje eu tive um sonho
Sonhei que envelhecia
Sozinha

Olhava para um lado e não tinha ninguém
Olhava para outro e... ninguém
Olhava ao redor... nenhum vestígio...
Nenhum sinal, nenhuma sensação de um outro

E eu chorava...
Todas as noites eu chorava
De solidão
Chorava... sozinha...
E adormecia...

E eu sonhava... no sonho....
Sonhava que eu envelhecia... sozinha
E o sonho, não acabava...

Na Espera ... de 23.12.2009

Esperar nunca é bom
Cansei de esperar...
Porque certas esperas vêm acompanhadas de “se”
E certas esperas só me trazem raiva

Espero um conserto para decidir algumas coisas
Espero uma(várias) reposta(s) para entender certas coisas
Espero um momento para poder viver todas as coisas
Espero um sorriso para poder amenizar muita coisa
Espero uma oportunidade para poder buscar mais coisas
Espero....

Espero o conserto de um ar condicionado para decidir algumas coisas
Espero a reposta de um email para entender certas coisas
Espero o momento de liberdade para poder viver todas as coisas
Espero o sorriso sincero para poder amenizar muita coisa
Espero a oportunidade verdadeira para poder buscar mais coisas

E enquanto eu espero certas coisas vou me jogando em outras tantas...

E nesse joga-joga me perco...
Me acho
Me desespero

Nesse joga-joga
Vejo apenas a superfície...
Vivo o superficial...

E continuo na espera...

Devaneios... de 21.12.2009

Hoje eu acordei com a sensação de: “cala a boca, você fala demais”
E de “fica quieta!”
Na verdade com a sensação de vergonha.
Do que disse, do que fiz, do que não disse e do que deixei de fazer.

Não sei o que me dá
É mais forte que eu, às vezes .

Falo o que não devo e quando não devo.
Ajo na hora errada, da forma errada, com a pessoa errada.

Mino possibilidade
E depois fico remoendo os detalhes pelos cantos.

Drama Queen?! Talvez...
Só queria que de vez em quando me entendessem....
Aí... talvez.. quem sabe... eu não precisaria querer chamar tanta atenção.

******************************

Desculpe minha falta de semancol
Às vezes pareço uma adolescente deslumbrada.

Desculpe minha falta de...
De lembrança
Estou aprendendo a lidar com algumas coisas apenas agora...

Não tenho a malandragem,
A intimidade
A vivência
A experiência

Tem muita coisa nova
Ou velha que necessita de nova postura, de novo olhar.

********************

Outro dia escrevi sobre o pequeno
Mas foram palavras ao vento

Escritas e não guardadas
Deletadas

Queria lembrar.
Queria poder mostrar
Queria poder reescrevê-las.

Mais ainda...
Queria poder mostrar ao pequeno o que realmente passa aqui dentro.

Desta vez as palavras não condizem, não são tão bonitas
Já estão misturadas
Envergonhadas
Podadas
Censuradas.

Ele me causa um efeito estranho
E ao lado dele volto no tempo.
Não que eu esteja no tempo certo
Mas também não estou mais no tempo dele.